A descrição do quotidiano das tropas portuguesas em campanha, durante a Grande Guerra, levanta diversos problemas de natureza histórica, pois foram três os teatros de operações onde actuaram e cada um deles com características geográficas e tácticas diferentes.
Com efeito, enquanto no sul de Angola as operações militares decorreram ainda a guerra não havia sido declarada a Portugal...
A inventariação da totalidade dos combatentes portugueses que morreram na Grande Guerra (1914-1918) não se afigurou uma tarefa fácil, nem está concluída. A dispersão das fontes documentais por diversos arquivos, as contradições, por vezes, encontradas nos dados recolhidos ou, mesmo, a inexistência de elementos identificativos sobre os militares que tombaram ao serviço da Pátria dificultam, e muito, essa tarefa. Daí que nos cemitérios militares espalhados pelos diferentes teatros de operações muitos permaneçam sepultados de forma anónima, tendo na lápide em vez do seu nome a palavra Desconhecido. Outros há que nem da sua sepultura se conhece a sua localização. Procure aqui aqueles de que há registo.
Durante a guerra Portugal mobilizou cerca de 105000 homens. Destes estima-se que um pouco mais de 7700 morreram. A maioria em Angola, Moçambique e em França, mas também no mar ou, mesmo, já em Portugal, para onde eram repatriados os militares vítimas de doença ou ferimentos graves, aos quais uma parte acabou por sucumbir.
A frieza e o rigor dos dados estatísticos dão-nos a conhecer as causas das mortes e os locais onde ocorreram em maior número, por eles se percebendo que na guerra nem sempre se morre em combate e, nalguns teatros de operações, nem essa é a principal causa de morte.